segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Uma Noite para Sombra - II

Levantou da cama, andou vacilante até a parede, tateou no escuro, encontrou o interruptor, e enfim, acendeu a luz. Permaneceu um instante parado. Estava ofegante. Aquela noite raivosa lançava as trevas ao dilema. Respirou fundo e caminhou para a cozinha. Bebeu um copo d água. Foi ao banheiro. Encarando-se no espelho: enxergou cada angústia, cada fantasma, cada canalhice, e sorriu. Molhou o rosto e observou a água escorrendo; seu rosto parecia derreter. Um espectro saiu daquele espelho.

- Quem é você? – perguntou Tom Shed, estupefato.

- Eu sou você.

- Isso não é verdade.

A sombra, então, sorriu venenosa. O sujeitinho quis que fosse mentira; não era.

- Agora você me conhece – disse o vulto, antes de retornar.

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