quinta-feira, 3 de março de 2011

Quasímodo e Esmeralda.

Estavam frente a frente, o corcunda e a cigana. Trocaram olhares e perceberam que estavam no século XXI, contudo a história sempre se repete, mesmo que com peculiaridades. O tipo imperfeito encarou aqueles olhos verdes preciosos e disfarçou um sorriso desajeitado. Ela, altiva, tentava expressar alguma compaixão torta mesclada ao medo do imperfeito. No fundo, tinha até certo nojo do corcunda. Ele a tratava com carinho, por mais que fosse desajeitado e falasse inutilidades a maior parte do tempo; fatos que talvez impediam que ela o excluísse para sempre.

O corcunda então disse:

- Escute, eu poderia viver feliz no seio dessa paixão imperfeita, mas você não poderia. Você vai esperar que eu ganhe forma de príncipe e te busque num cavalo branco. Porém, só posso te oferecer essa forma de plebeu sonhador montado num all star. Esse alguém que te quer de uma forma viva e imperfeita. Posso te oferecer meu coração e minha imperfeição, o resto é o resto.

A cigana ignorou e conheceu o príncipe do cavalo branco. O príncipe era um ser superficial, mas viveu feliz para sempre com a cigana – essa parte é mentira, porque ao ser rei a trocou por uma bela concubina. Já o corcunda aceitou a imperfeição da vida, mas procurou explorar a beleza da mesma. Quasímodo, o corcunda, saiu com os amigos por todo o mundo e viveu paixões de verão. Está feliz hoje, mas sempre guardará um pedaço do seu coração para Esmeralda, a cigana. Moral da história: não há moral da história.


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