quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Antes que Josef Caia (continuação)

Perdeu a consciência, a sorte e a esperança. Agora a queda fatal beijava a sua nuca, o fim estava ali naquele chão. Chão de uma floresta, conhecida pelos nativos como “a floresta que não esquece”. Ouviu-se o estrondo de um corpo chocando-se nos galhos das árvores e, por fim, caindo bruscamente num amontoado de terra e folhas mortas; seria um bom recurso literário dizer: “Mortas com ele, mortas como ele”. Contudo, Josef ainda vivia, por milagre ou sincronia espaço-temporal, não se sabe ao certo; mas ainda vivia.

Seus ossos foram pulverizados na queda, só conseguiu levantar vagarosamente as pálpebras e nada mais. Durante um átimo, verificou vários vultos ao seu redor; depois apagou. Acordaria alguns dias depois numa cabana simples, rodeado por nativos que presenciaram Josef levantar e dar os primeiros passos; era cientificamente impossível, por sorte, os nativos não se guiavam cegamente pela ciência.

A forma como Josef chegou até aquela circunstância e, ainda sim, sobreviveu, permanece desconhecida, porém, nas rodas ao redor das fogueiras, os mesmos nativos que ajudaram Josef, falam sobre um homem expulso dos céus; que se esqueceu de morrer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário


Contador Grátis